segunda-feira, 27 de outubro de 2014

6. Modelo da escola graduada como referência - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Como e quando foi a criação desse tipo de escola para a sua localidade – repercussão, notícias, informações de indivíduos que vivenciaram o processo?

Passados dois anos de inauguração da cidade, em 1939, foi fundada a primeira escola oficial, o que configura um avanço para o município. Com uma estrutura de alvenaria e um espaço adequado para receber os alunos, a primeira escola oficial foi nomeada como 1º Grupo Escolar de Votuporanga, onde hoje se encontra o prédio da Prefeitura Municipal da cidade.
A primeira professora que aqui chegou para ministrar as aulas foi Olga Faria Basílio, veio de Ribeirão Preto para a cidade na data de 29 de março de 1937. Outro aspecto a ser destacado remete a estruturação do 1º Grupo Escolar de Votuporanga que possuía anexo ao seu prédio um quarto, uma sala e uma cozinha destinados à professora, caso esta fosse casada.
É sabido que sua primeira sala possuía 40 alunos, as reuniões pedagógicas eram feitas na cidade de Tanabi, distante de Votuporanga 54 quilômetros, tendo seu trajeto concluído em quatro horas, o que significa oito horas de viagem para uma reunião. Nestas reuniões, além das orientações, lhes eram fornecidos materiais didáticos e giz, e pagamento de honorários.
Na escola supracitada não era oferecida aos alunos merenda escolar, cabendo a cada um levar seu próprio lanche, o que não impedia que a então professora os assistisse com agasalho e alimento.
A chegada de novos professores deu-se a partir de 1941 com Lourdes Funfas, que trabalhou na cidade durante um ano, e Benedito de Oliveira Lopes, e em 1942 Ruth Veiga Olivi.
Reportando-se à contribuição do professor Benedito Lopes de Oliveira para a melhoria da educação em Votuporanga, ele, juntamente com o então prefeito da cidade, João Leite, na gestão do governador Ademar de Barros, que lutou para a construção do Ginásio Estadual em Votuporanga, que, segundo ele, passou por diversos conflitos devido a divergências partidárias entre o governador Ademar de Barros (PSP) e o prefeito de Votuporanga João Leite (PRP).Após a aprovação do projeto houve tentativas de anulá-lo, pois o diretório presidido por Otácio Baltazar alegava que Votuporanga não tinha capacidade para instalação de um ginásio, já que o número de alunos seria insuficiente. A fim de contestar o argumento do diretório, o prefeito João Leite e o professor Benedito visitaram as vilas da região para que estas encaminhassem os alunos para fazerem o exame de admissão em Votuporanga. A prefeitura se encarregou de pagar todas as despesas como atestado médico e registro de nascimento e deste modo conseguiram trezentos e quinze alunos inscritos para o exame de admissão. Para a aplicação deste exame foi solicitado pelo presidente do diretório a nomeação de uma comissão de examinadores. O fato era que os indicados para integrarem esta comissão eram pessoas leigas e apenas um professor formado, Martiniano Salgado. A falta de formação destes professores causou indignação a Benedito Alves e João Leite, que logo entraram com um protesto junto à Secretaria de Educação solicitando o cancelamento desta comissão, considerada incapacitada para a incumbência que lhe foi atribuída. Aceito o pedido, a secretária Carolina Ribeiro nomeou quatro professores formados do Ginásio Estadual de Monte Aprazível que, juntamente com ela, comporam a comissão examinadora para o exame de admissão. E assim, dos trezentos e quinze alunos inscritos para o exame, cento e vinte e oito foram aprovados, números de alunos suficientes para compor três classes com mais de quarenta alunos. Nos primeiros meses de funcionamento as aulas foram ministradas por professores leigos e somente no início de 1949 foram transferidos para o Colégio, por meio do concurso de remoção, professores formados. Benedito indica que a princípio o Ginásio atendeu os alunos de primeira a quarta série.
Cabe ressaltar que o professor sobredito foi o criador da escola do Comércio do Cruzeiro do Sul, em 1948, com funcionamento no período noturno, que posteriormente foi vendida para ao professor Cícero Barbosa de Lima Júnior.
Diante do exposto, observamos que o objetivo em trazer à cidade melhorias para a educação fazia brotar nesses empreendedores a ânsia em lutar e romper limites intransponíveis com apoio de grande parte da população.
Afirma Costa (1956), que a criação do Ginásio do Estado de Votuporanga, citado anteriormente se deu em 1948 no prédio do Grupo Escolar, que já no início das aulas computou-se a freqüência de 114 alunos. No mesmo ano, em um recenseamento escolar, constatou-se o número de 750 analfabetos, sendo estes adultos e adolescentes. Destes, 134 cursavam aulas no período noturno do Grupo Escolar, separados em 3 salas, sendo 2 de primeiro grau, uma masculina com 40 alunos, e outra feminina com 42 alunas, e a terceira de 2º grau com uma classe mista comportando 52 alunos - esta composta por alunos que obtiveram o certificado de alfabetização no ano anterior.
Em 1949, às expensas da Prefeitura, foi iniciado a construção de um novo prédio para o Grupo Escolar, espaço onde hoje se encontra o Centro Universitário de Votuporanga, seguindo as normas da secretaria da Educação e Saúde. Costa (1956) enumera que neste ano eram computadas na cidade sete escolas municipais em funcionamento e onze instituições isoladas, ou seja, escolas rurais.
O Grupo Escolar em 1950 era freqüentado por 1480 alunos. No entanto consideramos pertinente salientar que não foram encontrados registros que atestassem esta grande quantidade de alunos, visto que em entrevista supracitada havia escassez de alunos na formação de salas para instalação do Ginásio Estadual que inicialmente funcionava junto ao grupo escolar no ano de 1948. Conforme aponta Costa (1956), devido a este grande número de estudantes já se ressaltava na cidade a urgência na criação de um outro estabelecimento para ensino primário que comporia assim o 2º grupo escolar. Sobre isto o autor ressalta que:

Teve favoravelmente repercussão nesta cidade a apresentação pelo deputado Anísio Moreira na Assembléia Legislativa Estadual do projeto que dispõe sobre a criação do 2º grupo escolar de Votuporanga, reivindicação que teve no Sr. Joaquim Franco Garcia, professor do Ginásio Estadual, um dos maiores defensores.

Com este grande progresso Votuporanga era neste ano considerada a 4ª cidade que compunha a Alta Araraquarense quanto aos quesitos extensão, população e renda própria. Em 1952, dentre os muitos sonhos arquitetados e realizados, Votuporanga passa a idealizar mais uma conquista: a criação de uma Escola Normal. COSTA (1956 p.137), reconhecendo o progresso em que disto resultaria, observou:

Provocou manifestações de júbilo a notícia que Votuporanga seria dotada de uma Escola Normal. Para a concretização desse melhoramento muito vem trabalhando a Prefeitura, por intermédio do seu titular. (Fazia referência assim a Leônidas Pereira de Almeida, então prefeito de nossa cidade).

A princípio funcionou em Votuporanga um estabelecimento não oficial da Escola Normal. De início foi feito pelo diretor substituto do Ginásio Estadual, Sr. Rachid Homsi uma reunião com pessoas simpatizantes da idéia de criação desta vertente de ensino que possibilitaria não só um incremento do ensino secundário como atenderia a 40 interessados em estudar neste estabelecimento. Em consonância ao disposto no decreto 17.698, de 26 de novembro de 1947 que se refere às leis do ensino secundário, estabeleceu-se uma comissão para cuidar do funcionamento do novo estabelecimento composto pelo prefeito, presidente da câmara e três vereadores, e ainda pelos senhores Joaquim Ferreira da Costa, Aristides Gallo, Gabriel Jabus e Oscar Nicolson Taves. Para as despesas pela manutenção deste estabelecimento decidiu-se pelo pagamento temporário no valor de 200 cruzeiros por mês para cada cursista. Caso esta verba não fosse suficiente o município ofereceria subsídios. Em 1952, ano inicial de funcionamento da Escola Normal Municipal havia: Pré-normal, 28 alunos; Normal, 8 alunos; 2ª série, 4 alunos já diplomados professores – Cecília Blundi, Didier Pires da Silva, Gilberto Scandiuzzi e Ivone Blundi. Pela escassez de documento, não é claro o fato que justificaria logo no primeiro ano de funcionamento da Escola Normal Municipal a existência de duas salas que só poderiam ser compostas no segundo e terceiro ano de funcionamento da escola. 

Fonte: 
Monografia: Votuporanga e seus feitos na educação: Um estudo de caso,
Alunas: Meiriane Aparecida Castilheri
Priscila Francisca da Silva.

Segue algumas fotos encontradas no Facebook da E.E. Profª Uzenir Coelho Zeitune:


Uma das Primeiras Salas de Aula do Uzenir

Primeira Festa da Sodinha
Alunos: Ubirajara Pires Correa ( de frente) e Herminio Sanches Filho (de costas)




Inauguração da Quadra Descoberta.

Foto de 1973
Escadaria da E.E. Profª Uzenir Coelho Zeitune
Gaspar Ayubê- Delegado de Polícia,Benedito Lopes de Oliveira,Geiner Rodrigues Rodrigues (diretor da escola) Minori Ito,Wilma Regiani, Eunice, Maria P. Novaes (Ciluca), Lídia Bertoncici Leite, Marta Soledade de Carvalho,Hilda Mattos Stipp, Ana Rosa Capeleti, Maria Helena Buzzato, Ana Rosa Capeleti, Maria Aparecida Bereta, Laudina, Nadir Povenelli Laço, Anita Melara, Suzete Ida Benfatti, Ercina Maria Duarte, Diva Blundy, Vicenta Hernandes, Valquíria Teixeira, Vera Xavier Salgado Heloisa Mazzani Zeitune, Eliete Escaloppe Blundy, Miriam Hernandez da Costa, Ida Simões, Mercedes de Campos, Maria Lúcia Moreira, Marizete Brandt, Maria Júlia Jardim, Otacília Brandão Cuenca, Maria Cecília, Terezinha Ayres, Maria Aparecida Bernejo Menechelli.








Aula Baseada na Vídeo Aula: Youtube
Profa. Rita de Cassia Gallego,
Profa. Vivian Batista da Silva.

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