"Há duas espécies de artistas.
Uma composta dos que vêem normalmente
as coisas e em conseqüência disso fazem arte pura,
guardando os eternos rirmos da vida,
e adotados para a concretização das emoções estéticas,
os processos clássicos dos grandes mestres.
(...)
A outra espécie é formada pelos que
vêem anormalmente a natureza,
e interpretam-na à luz de teorias efêmeras,
sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva.
São produtos de cansaço e do sadismo
de todos os períodos de decadência:
são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro.
Estrelas cadentes, brilham um instante,
as mais das vezes com a luz de escândalo,
e somem-se logo nas trevas do esquecimento.
Embora eles se dêem como novos precursores
duma arte a ir,
nada é mais velho de que
a arte anormal ou teratológica:
nasceu com a paranóia e com a mistificação."
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